Este artigo do Público merece um comentário:
Existe um erro de base na gestão das aquisições informáticas no Estado à luz do que é proposto na melhor literatura sobre gestão de outsourcing, nomeadamente em Leslie Willcocks e outros.
Tratando-se de uma aplicação em que existe uma grande quantidade e diversidade na oferta e com baixa especificidade na área de negócio, como é o caso dos ERP e em particular da gestão financeira, recomenda-se para estes casos distribuir a aquisição por vários fornecedores e apostar em vínculos de outsourcing diversificados.
Como venho dizendo e escrevendo há anos, mais do que adoptar soluções únicas que poderão ter poupanças ilusórias no curto prazo, o Estado deve tornar claras para o mercado as especificações e os requisitos de conformidade dos vários produtos que quer comprar, disponibilizando regras e mecanismos de interoperabilidade que permitam diversificar a oferta e proteger o Estado de ser capturado por ofertas monopolistas e irreversíveis para o exercício da soberania.
Numa altura em que se pretende controlar o deficit público e tornar transparente a execução orçamental, é urgente apostar na diversificação de sistemas ERP certificados pelo Estado, que acelerem a recolha universal dos dados e a consolidação em tempo real com os fluxos de tesouraria.
Falar em open source neste contexto não faz o mínimo sentido, pois o actual Presidente do II-MFAP quando chegou à direcção tudo fez para substituir a SAP pela Microsoft e o open source nunca esteve no horizonte deste projecto.
A questão não é de open source mas de open standards!
1 comentário:
De elefante branco em elefante branco até à hipoteca final ...
Enviar um comentário