domingo, novembro 05, 2006

A Solidão da Mudança

Quem nalgum momento ousou fazer algumas rupturas e desafiar o statu quo, decerto que sentiu o desconforto e o peso da acusação de não ter seguido sempre na direcção “politicamente correcta”, tendo acabado por presenciar à sua volta o peso da intriga e da inveja, acabando quase sempre por pagar um preço bastante elevado pela opção de caminhar com ética e independência no sentido da inovação sustentável a longo prazo, em vez de se conformar com ganhos e recompensas de curto prazo. As comunidades de prática e o associativismo cívico são quase sempre a saída possível para a realização e o equilíbrio pessoal, quando ainda se acredita no valor da cidadania activa. Por isso ainda estamos aqui neste blog.
A disponibilidade permanente para abdicarmos de cargos e honrarias é portanto uma condição necessária de liberdade e de dignidade pessoal. Quando decidimos fazer uma carreira de inovação e melhoria do Serviço Público, temos que saber pagar, nas alturas adequadas, o preço de nos recusarmos a uma subserviência incondicional à solidariedade institucional e política.
O conservadorismo e a luta por umas migalhas de poder acabam quase sempre em jogadas oportunísticas de bastidores para se continuar a sobreviver nos cargos e a usufruir dos respectivos privilégios.

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