quinta-feira, novembro 08, 2012

O "hotel de alta rotatividade"

A Administração Pública nos últimos anos parece cada vez mais um "hotel de alta rotatividade", onde quem por lá passa se aproveita de alguns momentos de poder e de prazer, mas tem vergonha de ser confundido com os que já lá estão há mais tempo.
São já muitos os hotéis de luxo (empresas públicas, agências, institutos e fundações), criados para fugir ao controlo orçamental e pagar favores políticos
a quem os vai dirigir e a quem por lá passa durante uma pequena temporada. Remunera-se a belo prazer alguns destes passantes com valores que estão totalmente a contra ciclo do que actualmente se paga na economia real. Vão-se buscar alguns especialistas às empresas fornecedoras de serviços, substituindo-se a estas e entrando de forma despudorada em concorrência desleal com o mercado privado. Será assim que se pretende “refundar” o Estado?
Não admira que a despesa pública esteja descontrolada, pois enquanto esta aparente gestão privada continuar a reclamar para si maior autonomia e estiver a actuar na esfera pública com caprichos e desmandos de quem facilmente se deslumbra com o poder, o Estado continuará a ser um sorvedouro de recursos públicos que resiste à transparência e à prestação de contas.

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